sexta-feira, 12 de julho de 2013

A arte de sonhar antes que o pesadelo vire realidade


Há quem acredite no fim da História. Ou que o sonho acabou. Aquele sonho sonhado por uma geração que promoveu um corte profundo nas artes, na cultura, no comportamento, talvez, sim, tenha acabado. John Lennon disse que o sonho tinha acabado e que não acreditava nos Beatles, mas sim em Yoko e nele. Foi uma forma de dizer que o sonho ia além da beatlemania, que ele então avaliava de forma crítica.
Lennon também disse: “Faça seu próprio sonho. Eu não posso te despertar. Você pode se despertar”.
Outros sonhos vieram, então, trazidos por novas gerações, em cores e formatos diferentes. Estão aí, sendo levados para as ruas, de forma meio confusa, é verdade, mas com muita garra e uma boa dose de coragem.
Sonhar é preciso, sempre, nos faz sentir vivos, acreditar que um mundo melhor é possível e alcançável. Se não é o sonho colorido e esperançoso da juventude, pelo menos precisamos sonhar algo que não deixe espaço para os pesadelos.
O sonho é poesia e poesia é sonho. O sonho é arte, pintura, desenho, cinema, teatro, música.
Ou, como mui bem definiu Fernando Pessoa: “De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos”.

                                                                                    Desenho de Emília Ulhoa
Sonhos
José Carlos Camapum Barroso

Sonhos são pétalas,
Rosas caídas
Pelo chão,
Levadas pelo vento,
Espalhadas
Em vão.
Sonhos tão antigos...
Esgarçados
Na mão.
Sonhos imaginados,
Glorificados
Serão,
Quando acabados,
Pesadelos
De então,
Quando perdidos,
Endurecido
Coração.
Nunca vividos,
Esquecidos
Desvãos...
Sonho sonhado
Versificado
Ou não.




2 comentários:

  1. Esse poema tem uma musicalidade que sugere transformar-se em canção...encaminhe-o a um dos músicos seus amigos..vai ficar enternecedor! Valeu, amigo!

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  2. Obrigada Ze Carlos, muito lindo seu poema. Bjs.

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