terça-feira, 2 de julho de 2013

Brasília, seus desenhos e superquadras bem enquadradas

Para esse belo desenho de Emília Ulhoa, aceitei o desafio que ela me fez e tentei riscar e arriscar alguns versos. Com certeza, a desafiante levou a melhor sobre o desafiado. Mas, vou pedir a ela uma revanche. Se os versos não alcançaram as alturas dos traços de Emília, pelo menos, com certeza, sobrará aos amigos aqui do blog a oportunidade de apreciar mais um belo trabalho dessa grande amiga, talentosa, sensível, obstinada e criativa como normalmente costumam ser os mineiros e as mineiras – mais ainda de Paracatu.


Superquadras
José Carlos Camapum Barroso

Quadras quadradas,
Retângulos obtusos,
Saídas em círculos
De retas infinitas...
Triângulo (in) vértice,
Curvas imaginárias,
Onde paralelas finitas
Enfim se encontram
Entre duas asas.

Povo e povoado
Distantes do amanhã.
Casa e casebre...
Longe, perto, edifício...
Um mato que mata
Um sonho, pesadelo.
Árvore arvoredo...
De buscar bem cedo
Antes que o retorno
Sombrio da noite
Tire o Eixo dos eixos.

Brasília em brasa.
Círculo do circo
Que teima em circular.
Brasília de traços
Vistos do horizonte...
Hoje ainda de manhã,
Belas tardes de ontem.

4 comentários:

  1. Do agricultor francês, fazendeiro e escritor Jean-Marie Butruille recebi o seguinte comentário por e-mail:
    "Gostei do seu poema que corresponde à gravura, pela evocação da geometria e no meio de tudo isso alguma desordem imaginada.
    Jean-Marie"

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  2. O poema é muito Brasília, fiel a sua Arquitetura e ao desenho da Emília, mas tem sentimento, cores, calor humano, o poema vibra ! Ficou lindo, melhor do que o real, é linda Brasília, mas é fria .

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