quarta-feira, 17 de julho de 2013

Brasil vive duas realidades na proteção a suas florestas


Hoje é o Dia de Proteção às Florestas e o Brasil vive um dilema na preservação de duas de suas mais importantes áreas de florestais. Está conseguindo reduzir o universo de área devastada anualmente na Floresta Amazônica, mas não consegue conter o avanço irracional e descontrolado sobre o que ainda existe de Mata Atlântica. Segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, entre junho de 2011 e junho de 2012, o desmatamento nessa região aumentou 29%, com a supressão de vegetação nativa de 23.548 hectares, o equivalente a 235 quilômetros quadrados.
Minas Gerais é o estado campeão dessa façanha pela quarta vez seguida. Só os mineiros foram responsáveis por 40% de tudo que foi desmatado nesse período, contribuindo com a supressão de quase 11 mil hectares. A Bahia ficou em segundo lugar e o Piauí, que foi incluído pela primeira vez no acompanhamento, garantiu a terceira colocação. Foi a maior área devastada de vegetação nativa da Mata Atlântica desde 2008.
Uma situação que vai pela contramão do que vem sendo alcançado na Floresta Amazônica. Lá a meta de redução da área devastada vem sendo alcançada, anualmente, e deixa o Brasil cada vez mais próximo de atingir a meta voluntária de reduzir o desmatamento para 3,9 mil quilômetros quadrados anualmente até 2020, na floresta Amazônica. A área devastada de junho de 2011 a junho de 2012 foi de 4.571 quilômetros quadrados.


Técnicos apontam que o Brasil terá dificuldades daqui pra frente de manter nível tão alto de redução da área devastada na Amazônia. Eles destacam também que essa conquista vem ajudando o país a reduzir substancialmente a emissão de gases de efeito estufa. Já alcançamos 62% da meta voluntária para esse quesito.
As autoridades federais precisam dirigir suas atenções para a região do Cerrado, no coração do Brasil. O mesmo programa de monitoramento da Floresta Amazônica precisa ser implantado na região do Cerrado, que já perdeu metade da sua cobertura natural. Esse é um bioma de valor inestimável para os brasileiros, mas que está meio esquecido do ponto de vista da preservação. Ao mesmo tempo, alguma coisa precisa ser feita, também com urgência, para deter a fúria devastadora da Mata Atlântica (na verdade, o pouco que ainda resta dela).
Minas Gerais, oh, Minas Gerais! Acordai do sono profundo, em berço esplêndido, que impulsiona um desenvolvimento nada sustentável. Antes que seja tarde! Ou, como disse Milton Nascimento, amanhã, nada será como antes.
PS – quem quiser ver ou rever o texto sobre esse tema, escrito em 2011, clique aqui.



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