sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Homenagem ao rock e as peripécias de João

Não sou um apaixonado pelo rock nacional, como curti e vibrei com o rock americano e inglês do final dos anos 60 e início dos 70. Depois fui me afastando, mas nunca deixei de apreciar as boas músicas que foram feitas durante décadas no universo do rock’n’roll. Pelas bandas de cá, confesso que sempre achei o rock nacional muito fraquinho. Mas...
Tem muita gente que gosta e viveu plenamente o boom de Legião Urbana, Capital Inicial, Cazuza e tantos outros. Meu amigo José Clauber Beserra é um deles. Mandou-me o texto abaixo sobre um episódio interessante que ocorreu entre ele e o seu filho João Gustavo, enquanto passava na televisão a homenagem do Rock in Rio aos roqueiros brasileiros. João (eu gosto muito da sonoridade desse nome) é um garoto esperto, muito alegre e espirituoso. Puxou à mamãe Márcia e ao papai Clauber. É uma boa mistura.
Leiam a crônica. É muito legal. 
  

O acorde final de João Gustavo
José Clauber Beserra - jornalista

A Legião Urbana nunca se apresentou em edições do Rock in Rio. No entanto, ontem, um coro de 100 mil vozes emocionou milhões de pessoas que assistiam a homenagem feita pelos ex-integrantes da banda: Dado Vila Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (baterista).
A Orquestra Sinfônica Brasileira foi simplesmente maravilhosa nos arranjos feitos especialmente para as músicas do maior poeta do rock brasileiro, Renato Russo.
Renato morreu, precocemente, aos 36 anos, em decorrência da Aids. Deixou um legado musical que depois de 15 anos da sua morte parece cada vez mais forte, atravessando gerações.
Ontem, quando acompanhava a homenagem a Renato Russo, pelo MultiShow, meu filho João Gustavo, 2 anos e 3 meses de idade, estava ao meu lado. Com sua guitarra vermelha em punho, João imitava, com já é de praxe, todos os movimentos dos guitarristas de verdade. Eu, ao lado, emocionado em assistir Hebert Viana, Dinho Ouro Preto, Pitty  e Rogério Flausino, interpretando clássicos da Legião, não tinha como não dividir minha emoção e alegria ao ver meu pequeno “curtindo” o som da adolescência do papai coruja.
Lágrimas nos olhos e o sorriso no rosto faziam parte da mesma emoção. Quando todos sobem ao palco e entoam Pais e Filhos, com milhares de pessoas cantando juntos, a homenagem termina.
 Aí, eu olho pro João Gustavo e digo:
- Massa, né, João Gu?
E ele me responde:
- É papai... Caraco!

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