Seu Zezinho, motorista da Viplan, é uma raridade no universo do transporte coletivo de Brasília. Passa todo dia no mesmo horário, bem cedinho, por volta das sete horas da manhã, pelos pontos de Sobradinho, cidade do Distrito Federal, em direção à rodoviária do Plano Piloto. Tão pontual que sua clientela é praticamente a mesma faz um bom tempo. Figura simpática, agradável, pessoa educada, tornou-se amigo dos passageiros, que têm por ele respeito e admiração.
No último dia 25, uma quinta-feira, Seu Zezinho parou o ônibus na descida do Balão do Colorado, próximo ao posto da Polícia Militar Rodoviária. Alguém tocou a campainha. Como costuma fazer, suavemente, encostou o ônibus na parada.
Ninguém desceu de imediato. O motorista já achou meio estranho. Logo um grupo de pessoas, com alguns pacotes nas mãos, aproximou-se do caput do veículo. Já foram colocando pratos, copos, refrigerantes, salgados e, logo surgiu um bolo ao som de palmas e do tradicional Parabéns Pra Você.
Seu Zezinho não acreditou. Estava sendo homenageado, no dia do seu aniversário, pelos passageiros do ônibus. Não agüentou de emoção. Chorou. Sorriu. E conseguiu pronunciar algumas palavras. Disse que não merecia toda aquela consideração. Agradeceu e garantiu que aquele era o dia mais feliz de sua vida.
Copos de refrigerantes foram distribuídos para os passageiros, um pouco de salgados e um pedaço de bolo. Até fotos foram tiradas por uma passageira (três delas estão publicadas acima). O ônibus seguiu viagem e o presente ficou para ser entregue no ponto final: a rodoviária do Plano Piloto.
É verdade. Seu Zezinho também teve direito a um presente. Tudo promovido e rateado entre os passageiros, que apenas queriam agradecer a um cidadão brasileiro, candango, motorista de ônibus, cumpridor dos seus deveres e que exerce a sua profissão com dignidade e zelo.
Quando ficamos sabendo que uma coisa desse tipo veio acontecer no coração do país, em plena capital federal, que tem um transporte coletivo mui justamente criticado, podemos erguer as mãos para o céu: O mundo tem salvação!
PS – Quem me contou essa história foi Cláudia Cristina Marques, a passadeira aqui de casa, que há mais de dez anos nunca chegou atrasada ao serviço. Agora, eu já sei a quem agradecer: Muito obrigado, Seu Zezinho!
Recebi, por e-mail o seguinte comentário da minha amiga Ana Luíza Magalhães:
ResponderExcluir"Nossa Zé, obrigada por compartilhar essa história inspiradora...arrepiei!
Realmente, não importa o que você faz, competência e respeito ao próximo deve ter lugar reservado em qualquer ambiente!
Fico feliz de saber que existem pessoas como seu Zezinho e histórias como essa no nosso dia-a-dia! Abraço grande, Ana Luiza.
Divina Vicentini, amiga também de Uruaçu, poetisa, mandou por e-mail:
ResponderExcluir"Parabéns a sua sensibilidade. Genial!"
Recebi, também por e-mail, o comentário abaixo, muito interessante, da minha sobrinha queridinha Domitila Barroso:
ResponderExcluir"Bom dia Tio...
Li sua materia, adorei, achei muito lindo, fiquei emocionada. Essa semana recebi por email um caso idêntico."
"Um motorista de ônibus somaliano chamado Mukhtar na Dinamarca faz aniversário e vai trabalhar como em qualquer outro dia.
Ele esta nessa empresa de ônibus há muito tempo e faz a mesma linha desde então.
É querido por todos pela sua atenção e especialmente pelo sorriso que sempre carrega em seus lábios.
Vejam o que lhe prepararam a companhia e os passageiros ...
Esses movimentos nos trazem um fio de esperança de que o mundo possa mudar..."
http://www.youtube.com/watch_popup?v=xgOyTNtsWyY
O casal amigo lá de Uruaçu, Rômulo e Solange, enviou esse comentário pelo Facebook:
ResponderExcluir"Acho que se tivéssemos 30% de motorista igual ao Sr. Zezinho, poderíamos economizar gasolina. Exemplar história."
AH...Sr.Zezinho...que bom a Viplan ter motorista como o senhor. Em março de 1979 grávida de 9 meses esperei tanto por um ônibus da Viplan no ponto da UNB (todos eram descobertos) e lá só estudava a elite motorizada,alunos pobres eram poucos,então a linha não dava lucro,cansei de ficar encharcada pela chuva e torrada pelo sol, um dia prestes a meu filho nascer, entrei no escritório da Viplan na rodoviária e fiz um escândalo tão grande, que acho que não chamaram a polícia pelo tamanho da minha barriga. É pessoas como o senhor que faz a diferença. Tudo têm também o lado alegre, hoje com sua história esqueço o cansaço que me causou a Viplan.Me sinto recompensada pelo seu exemplo . Parabéns !!!
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