sábado, 2 de julho de 2011

A chalana divina leva mais um rumo ao infinito

Essa é uma homenagem que faço especialmente para minha mulher Stela Márcia, suas irmãs Jane Elmar e Ceres Maura, minha concunhada Wagna (a miss) e minhas sobrinhas Maeve, Carolina, Ana Paula e Mayra.
Elas hoje estão dando mais um adeus a José Carlos de Freitas Martins (foto), o Xará (sobre ele clique aqui), em uma missa de sétimo dia na igreja São José, aqui em Goiânia. Por convocação divina, ele embarcou mais cedo, com apenas 66 anos de idade, com destino ao Paraíso, onde estará sentado à direita de Deus Pai, Todo Poderoso, juntamente com outros familiares e amigos queridos que nos deixaram “antes do combinado”, como diria Rolando Boldrin.
José Carlos era um apaixonado pelas músicas caipiras de qualidade, aquelas que ainda exploram temas do interior, da roça e o ponteado da viola. Chalana, de Mario Zan e Arlindo Pinto, era uma delas. Também foi uma música apreciada por seu pai, Geraldo Martins Bueno, boiadeiro que cruzou os sertões do Centro-Oeste, Minas e São Paulo. Também era adorada por Odessa, minha sogra, e Vênus e Vânia, minhas cunhadas.
Antes de sair para a missa de sétimo dia, fiquei ouvindo essa música e pensando: Por que essas pessoas embarcaram tão cedo nessa Chalana que atravessa os céus rumo ao infinito? Não poderiam ter esperado só mais um pouquinho...? Quando se trata de tempo, é difícil saber o que é um pouquinho e quanto tempo a mais seria suficiente para aceitarmos uma despedida.
Essa homenagem, com a publicação do vídeo da Chalana cantada por Almir Sater, é extensiva a todos os que gostam de uma boa música e principalmente àqueles que tiveram de ir até o porto dar adeus a um parente, a um amigo, ou mesmo a um conhecido, que resolveram embarcar mais cedo para essa viagem que não exclui ninguém.
É só ficar ouvindo a música e pensar: “Lá vai a chalana, bem longe se vai...”


Chalana

Almir Sater

Composição: Mario Zan e Arlindo Pinto

 La vai uma chalana
Bem longe se vai
Navegando no remanso
Do rio Paraguai
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor
E assim ela se foi
Nem de mim se despediu
A chalana vai sumindo
Na curva lá do rio
E se ela vai magoada
Eu bem sei que tem razão
Fui ingrato
Eu feri o seu pobre coração
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor

3 comentários:

  1. E um xará se despede do outro...

    Lindo texto José Carlos Barroso, lindas palavras!
    Com imenso pesar façamos hj mais está homenagem ao grande amigo e seu xará Zé Carlos Martins...

    Comovido e emocionado, as palavras se perdem...

    Cabe a nós repetir o refrão da música de Mario Zan e Arlindo Pinto:

    “Ah! Chalana sem querer
    Tu aumentas minha dor
    Nessas águas tão serenas
    Vai levando meu amor”

    Zé Carlos que foi e é amor de tantos e tantas (família, parentes e amigos). Quem teve o prazer de um minutinho só de prosa com ele, sabe do amor que eu falo.

    Que o Papai do céu seja agraciado com a companhia desse grande e alegre companheiro e amigo!

    ResponderExcluir
  2. "O homem não morre quando deixa de viver,mas sim quando deixa de amar (Charles Chaplin). O Zé Carlos,Vânia e Vênus continuam vivos, nos dando amor, olhando para os seus,para os amigos, porque foram pessoas que aqui praticaram o amor, por isso sentimos muito suas idas. A saudade é o amor que fica .

    ResponderExcluir
  3. Tio gostaria de agradecer as suas mensagens de carinho destinadas ao meu pai.
    Só quem o conheceu tem dimensão de tudo que ele representa.
    Conforme destaquei, e inexplicável a hora, de ser filha de Jose Carlos.
    E impossível explicar este sentimento que mistura pesar pela ausência e ao mesmo tempo orgulho do guerreiro, herói e homem de fé que tive em casa e que me conforta saber que os ensinamentos de seu exemplo de vida ultrapassaram fronteiras.
    Percebo que meu pai teve muitos seguidores, os que estavam sempre por perto e mesmo os mais distantes souberam usufruir destes ensinamentos. Tenho certeza que ele não imaginava que seria um mestre no exemplo de vida. Ele deixou um legado importante que devemos seguir: “vivam, sejam felizes, tenham cada vez mais fé, desfrutem dos bons momentos e dos maus, tirem lições para aprendizagem e crescimento. Tenham amigos, acreditem em si mesmos, compartilhem ideias e sintam o prazer que o amor proporciona”.
    Muito obrigada.

    Ana Paula

    ResponderExcluir