O CD novo de Chico Buarque de Holanda, que vai se chamar simplesmente Chico, está tomando corpo, alma e coração. Quem tem tido oportunidade de acompanhar pelo site do compositor, já pode assistir algumas maravilhas. Por último, no dia de hoje, o site colocou no ar a gravação completa da música Tipo um Baião, composição do próprio Chico e que é lindíssima.
A música é uma espécie de baião-canção, como o nosso tradicional samba-canção. Chico começa cantando uma canção, que vai tomando forma de baião, como um amor que chega tipo assim com cara de romance pra vida inteira.
Chico traz para os versos da música a expressão “tipo assim”, muito usada pelos jovens de hoje em dia. O compositor mostra que continua atento para as expressões que surgem e vão sendo incorporadas à nossa fala. Ao mesmo tempo, continua sendo o cronista de sempre, como foi Noel Rosa em sua época. E de quebra faz mais uma homenagem ao saudoso Luiz Gonzaga, o rei do baião.
Abaixo, reproduzo a letra da nova música de Chico Buarque. Quem quiser ver e ouvir a gravação é só clicar no link a seguir:
Tipo um baião
Chico Buarque
Não sei pra quê
Outra história de amor essa hora
Porém, você diz que está tipo afim
De se jogar de cara num romance assim
Tipo pra vida inteira
E agora eu
Você e agora
Por quê? Não sei por quê? Somente você
Não sei por quê, somente agora você vem
Você vem pra enfeitar minha vida
Diz que será tipo festa sem fim
É São João vejo tremer, luzir
Seu vestido através da fogueira
É Carnaval e o seu vulto a sumir
Entre mil abadas na ladeira
Não sei pra quê
Fui cantar pra você
Essa hora
Logo você que ignora o baião
Porém você tipo me adora mesmo assim
Meio Mané por fora
E agora eu
Você e agora
Não sei por quê, somente você
Não sei por quê, somente agora você vem
Vem para embaralhar os meus dias
E ainda tem os saraus ao luar
Meu coração que você sem pensar
Ora brinca de inflar, ora esmaga
Igual que nem fole de acordeão
Tipo assim no baião do Gonzaga
Somente agora você vem
Você vem pra enfeitar minha vida
Diz que será tipo festa sem fim
É São João vejo tremer, luzir
Seu vestido através da fogueira
É Carnaval e seu vulto a sumir
Entre mil abadas na ladeira
Meu coração, que você sem pensar
Ora brinca de inflar, ora esmaga
Igual que nem fole de acordeão
Tipo assim no baião do Gonzaga
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