Didi foi o clássico meia-armador, dono da camisa 8 e de muita elegância |
A cultura do futebol
brasileiro nos ensina que alguns jogadores refletem e são refletidos pela
antológica camisa 10 da Seleção Brasileira e dos seus
respectivos clubes. Pelé é o maior exemplo deles no âmbito nacional e
internacional. Zico, Rivelino e Rivaldo, entre outros, entram nesse time de
craques “camisa 10”.
Mas, a camisa 8,
tradicionalmente associada ao meia-direita, ao meia-armador, ao cara responsável
na seleção, ou no clube, pela criação das jogadas, também tem vida própria na
nossa rica e gloriosa história do futebol brasileiro. O primeiro nome que nos
vem à cabeça é o de Didi, o “gênio da folha seca”, e, depois, o de Gérson, o “canhotinha
de ouro”, ambos consagrados no Botafogo.
Didi era um negro
esguio, elegante, calmo, criativo e inteligente. O gesto dele na final da Copa
do Mundo de 58, na Suécia, quando o Brasil levou o primeiro gol e tudo fazia crer
que um novo “Maracanaço” se abateria sobre o esquadrão de ouro, entrou para a
história das nossas conquistas. Não por acaso, foi considerado o jogador número
um da primeira copa conquistada pelo Brasil.
Pelé chora no ombro de Didi, na Copa do Mundo de 58 |
- Acabou a sopa deles.
Agora é nossa vez. Vamos encher a caçapa desses gringos de gols!
Não deu outra: o Brasil
venceu os donos da casa por 5 a 2, sagrando-se campeão pela primeira vez. Ali,
como viria a dizer muito oportunamente Luis Nassif, “começaria a nascer o
Brasil”. Um país moderno, rico culturalmente e o maior expoente do bom futebol
mundial. O jornalista cunhou essa frase numa bela entrevista em que apresentou
uma música composta por ele para registrar esse momento histórico do futebol.
No vídeo abaixo, mais um exemplo da inteligência brasileira, da nossa
sensibilidade e da junção tão interessante entre futebol e música, mais
particularmente o samba.
Depois de Didi, sem
dúvida, veio Gérson. Depois do canhotinha, poderia ter se firmado como um
clássico meia-armador, Geraldo, o meia do Flamengo que morreu muito novo, de
choque anafilático, em uma cirurgia de garganta. Geraldo encarnava esse
espírito da elegância, categoria, perfeito domínio de bola e caminhava com a
bola nos pés como se ali estivesse um bailarino jogando futebol.
O nosso universo de
histórias do futebol é muito rico. Luis Nassif foi muito feliz ao resgatar esse
momento à altura do gesto empreendido por Didi. Este vídeo, de apenas quatro
minutos e meio, ajuda a nos prepararmos para a sexta-feira, que, felizmente, chega daqui a pouco. Para arrematar, Chico Buarque, com muita categoria e talento, canta a sua clássica definição de "O Futebol".
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