Eclipse lunar de 15\06\11, às 19h40, em Brasília - Foto de Pedro Ventura |
O lado lunático da lua
(José Carlos Camapum Barroso)
A escuridão comeu a lua,
Em pleno céu de Brasília.
O homem que vinha pela rua
Nem notou, nem sentiu a mordida.
Então a lua, entristecida,
Meio amuada, meio contida,
Vestiu-se novamente de noiva:
Vagarosamente embranquecida.
São Jorge respirou, aliviado
Podia continuar a batalha
Eterna com o dragão, pela vida.
Os namorados, enternecidos
Beijaram-se aliviados, escondidos...
Temiam que a lua, enegrecida,
Jamais voltasse a produzir luar...
O que fazer pelas ruas, então?
Voltar pra casa, cabisbaixo,
Pro magnetismo da televisão?
- Não, não! Disse a lua constrangida.
- Eis-me aqui, noiva arrependida,
A clarear todas as noites de suas vidas.
E assim passou o eclipse lunar,
Como passa o passo do exibicionista.
E a lua, ainda lenta, continua a vagar...
Deixando a escuridão amortecida.
Demais!!!Parabéns!!
ResponderExcluirAbração!
Que beleza, Zé! Gostei demais.
ResponderExcluir"... O homem que vinha pela rua
Nem notou, nem sentiu a mordida... "
CDA aprovaria.
Valeu. Obrigado.
Douglas
É um belo poema ! E a lua era cheia !
ResponderExcluirOlhar, admirar, elogiar, inspirar...é o que a lua faz ao poeta, lá como se tivesse quieta, nos levando a erguer os olhos e suspirar. Não é à toa que muda o seu perfil, é a namorada de todos, que se enfeita. Parabéns !
Certa vez li um comentário de Francis Bacon, pintor inglês, sobre como a poesia o inspirava. Para Bacon "os poetas são disparadores de imagens". É realmente incrível, como certas poesias no transportam para imagens e histórias fantásticas como a da Lua sendo mordida pela escuridão. Lindo poema!
ResponderExcluirAbraço,
Ana Luiza Magalhães.
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